Sinto falta de um pai, uma irmã e uma mãe,
Não entendo o que aconteceu
Para já não ter ninguém;
Ao meu lado tenho tudo,
Mas tudo é pouco ou nada,
Sinto-me sozinho, esta solidão macabra;
Sinto falta de um ombro para chorar,
Um amigo, um abraço forte,
Uma lágrima, um carinho,
Sinto falta,
Tanta falta de ti,
Mano Paulinho onde estás?
Por favor volta para aqui;
Sinto falta daquele tempo
Em que éramos crianças,
Sem esquemas, sem problemas,
Tudo eram esperanças,
Hoje é geração IPod, IPhone e tudo mais,
Cada vez mais distantes,
Cada vez mais virtuais,
Sinto falta da caneta
Que se escapa nas entrelinhas,
Uma carta de uma neta,
Trazia tantas alegrias;
Hoje tudo mudou
E não entendo o porquê,
O mundo novo começou
E só o entende quem não vê...
O mundo novo começou e,
Eu nem sei começar,
Tanta coisa para aprender,
Tanto esquema para roubar,
Já ninguém se fala,
Já ninguém quer saber,
Se tiveres enrascado, então é porque tem de ser!
Já ninguém olha nos olhos,
Todos mentem ao acaso
Ganha o mais esperto
Não interessa o teu fracasso;
Sinto falta das histórias, contadas por quem sabia
Hoje abandonados, tantas vezes maltratados,
E alguns sem ver a luz do dia...
Sinto falta dos teus braços,
Do teu colo, do teu leito,
A brincar debaixo dos lençóis tudo parecia perfeito,
Não interessa que acredites,
Mais nos outros que em mim,
Eu já estou habituado,
Isso sempre foi assim,
Não interessa o que me digas,
Que me magoes também,
Porque afinal de contas, ainda és a minha Mãe,
Lembra-te apenas
Que a velhice não perdoa, e
Que embora seja um posto
Ela por vezes também nos magoa...
Sinto falta dos amigos
Da casa cheia para jantar,
Hoje estamos mais contidos e
Sem ninguém para nos ajudar,
Hoje estamos com poucos amigos e
Muitas vezes sem jantar...
Sinto falta da brisa, do silêncio, da altitude,
Daqueles três, quatro segundos (331,332,333,334)
À espera que tudo mude,
Das asas ao peito e
Do orgulho de as mostrar,
Sangue, Lágrimas, Suor,
Para as poder conquistar,
Sinto falta desse tempo
Que já não volta para trás,
O Covil era um estandarte
Suarez o seu capataz,
Cicerone e amigo, Zikler o Camarada,
Nesse tempo antigo só a música importava,
Underground o movimento, e
Clandestino também,
Sinto falta desse tempo e dos momentos que lá passei...
Sinto falta disto tudo e sinto falta de mim,
Deus perdoa-me o que sou, e o que restou de mim,
Tenho aquilo que preciso
Um amor quase perfeito,
Quase porque Eu não sou fácil, e
Nunca estou satisfeito,
Amo-te à minha maneira,
Perdoa por ser tão diferente,
Só Tu Anjinho completas,
Este meu jeito eloquente,
Só tu sabes o que eu gosto, do que eu penso faço ou digo,
És mais do que minha mulher, és o meu melhor amigo,
És mãe que já não tenho,
És pai que está ausente,
Irmã, amiga e mulher,
És tudo de bom no presente, e
Se eu sinto falta de algo, é
Porque o mundo está a mudar,
Sinto falta do mundo antigo
E só tu me podes ajudar...
Sinto falta do mundo antigo,
E só tu me podes ajudar!
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