sábado, 3 de agosto de 2013

Foi sem querer

Foi sem querer
Foi sem querer que aconteceu...
Conheci há tempos uma moça na internet, foi por acaso, aconteceu sem querer...
Estava entretido a mandar uns mails a uns amigos e amigas e mandei para uma pessoa com outro nome, depois, depois foi um feliz acaso...ela respondeu claro, com certas dúvidas e questões essenciais, a que eu respondi sem hesitar, até porque me despertou o interesse. Claro que não ficamos por aí, fomos trocando emails, poemas vários e conversas paralelas, era tudo tão virtual, mas tão intenso, que havia momentos que parecia que já nos conheciamos há anos, o que era um engano...
Ás vezes desabafamos com pessoas que não conhecemos, para nos sentirmos melhor, para sentirmos conforto da outra parte, visto que com quem falamos nos está sempre a criticar e a dizer que estão fartos de nos ouvir; então, desabafamos, reprimimos, renovamos e tentamos ser outros perante alguém que desconhecemos, pois para essa pessoa, nós podemos ser o que quisermos, pois ela não nos conhece, e isto não passa mais do que um simples confessionário, onde somos sempre perdoados e temos sempre razão, mas...tudo de maneira virtual.
Desta maneira, confesso que me senti atraído pelo facto de mandar e receber mails, mesmo sem saber quem era, mas como se diz “o fruto proíbido é o mais apetecido”, para mim, sabia-me bem tê-la por perto, sempre ia conversando com alguém, era uma forma de divagar no espaço e no tempo, uma forma de não me deixar avalassar através das lombadas coloridas dos livros e dossiers que inundam esta sala, frenética, agitada, onde entram e saem mais de centena de pessoas com caras diferentes, vidas diferentes, assuntos diferentes, todos os dias, a todas as horas; entram e eu vejo-as vazias a cambelar, fúteis, cheias de estériotipos e clichês dos quais me tento absorver...
Foi bom durante algum tempo...tempo suficiente para ela pensar que eu a a andava a perseguir ou a invadir o seu espaço, coisa que jamais o faria, coisa que nem é de mim, um humilde homem que vive no passado, num tempo que já la vai, um romântico por natureza, um poeta reprimido e triste com o mundo, mas sempre seguro daquilo que faço, sempre justo e verdadeiro...nu e cru, e nunca ausente!
Pena as pessoas do presente, serão tão fúteis e banais, viverem na utupia e pensarem que tudo gira a sua volta ou em torno do seu umbigo, enganadas, excluídas, mas com o presentimento que são vitoriosas naquilo que fazem, pena essas pessoas não serem mais do que garrafas vazias, deitadas ao rio, como gaivotas que planam e guincham aflitas, pena as pessoas serem não mais do que um corpo inerte e frio e incenssível neste mundo de xadrez, em que elas são os peões e quem manda ou desmanda joga, não apenas com peões mas com todas as pessas do jogo!
Conheci há tempos uma moça na internet, foi por acaso, aconteceu sem querer...
...e sem querer desapareceu....

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